Conheça a origem, os costumes e as curiosidades por trás do balut, o ovo fertilizado que desafia paladares e provoca debates sobre cultura e tradição.
Você teria coragem de comer um embrião de pato cozido dentro do ovo? Antes de torcer o nariz, que tal entender o que faz do balut uma das iguarias mais controversas e culturalmente ricas das Filipinas? Vem comigo descobrir o sabor, a história e os significados por trás desse prato que vai muito além da aparência.
Balut: tradição, controvérsia e identidade
Para os filipinos, o balut não é apenas comida — é herança cultural. Trata-se de um ovo de pato fertilizado, com o embrião em desenvolvimento, geralmente entre 14 e 21 dias, que é cozido e comido diretamente da casca. Embora para muitos estrangeiros a ideia soe chocante, nas Filipinas ele é considerado um petisco nutritivo e até afrodisíaco, vendido principalmente em barracas de rua à noite.
O costume de consumir ovos fertilizados tem raízes profundas nas práticas alimentares do sudeste asiático, mas nas Filipinas ele ganhou status quase mítico. Servido com sal, vinagre ou até pimenta, o balut é muitas vezes acompanhado de histórias — da avó que o preparava como tônico de força, do tio que o vendia na esquina, ou da primeira vez em que alguém superou o medo e provou.
Curiosidades sobre o balut:
- O balut é tão simbólico que já foi citado em canções, filmes e reality shows gastronômicos como prova de coragem.
- Em algumas regiões, acredita-se que o balut traz benefícios à fertilidade e à virilidade masculina.
- O termo “balut” vem do tagalo e significa “embrulhado”.
- Comer o balut exige um certo ritual: primeiro se faz um pequeno furo na casca, bebe-se o líquido quente do interior (o caldo do embrião), e só depois se consome o restante.
- É costume evitar comer o balut durante a gravidez em algumas regiões, por crenças relacionadas à aparência do embrião.
Onde experimentar balut nas Filipinas?
Um dos melhores lugares para provar balut é no Mercado Noturno de Pateros, em Manila, conhecido como o “berço do balut”. A entrada no mercado é gratuita, e ele funciona todos os dias, das 17h às 23h. Não há código de vestimenta, mas roupas leves e confortáveis são recomendadas devido ao calor e à movimentação intensa.
Mais do que um simples alimento exótico, o balut é um espelho da identidade filipina: forte, única e cheia de histórias para contar. Experimentar essa iguaria pode ser desafiador, mas é também uma forma profunda de conexão com uma cultura vibrante e cheia de nuances. Vai encarar?
Procurei um vídeo menos chocante!
Até o próximo post!!
Marcela Fábio
Colunista, Escritora e Dorameira/Army
Imagem: Divulgação
