Home / Tudo / A febre do amor: a sopa de arroz nos doramas

A febre do amor: a sopa de arroz nos doramas

Doramas e sopa de arroz

Cenas de cuidado e carinho embalam romances com juk, a sopa que aquece corações e aproxima casais em febre (literal ou emocional).

Se tem uma coisa que dorameiro de carteirinha já aprendeu é: quando o personagem adoece, não tem médico que resolva melhor que uma tigela de juk. Os doramas de romance e slice of life adoram transformar momentos de febre em cenas carregadas de tensão romântica — e tudo começa com arroz bem cozido e carinho silencioso. Vem entender por que essa tradição culinária virou um gesto de amor que transcende o roteiro. Já pegou sua colher? Bora conversar!

Você sabia por que os doramas asiáticos são obcecados por sopa de arroz nas cenas de doença?

Minha dorameiras de plantão: se o personagem tá doente, pode apostar que alguém vai surgir com uma tigela fumegante de juk — a clássica sopa de arroz coreana. Seja um resfriado, uma febre ou uma simples fadiga emocional (porque chorar pelo crush também dá febre, né?), essa iguaria curativa aparece como um ritual sagrado. E claro: quase sempre é feita pelo par romântico. Coincidência? Só que não.

A prova suprema de amor nos doramas

Na Dramaland, nada diz “estou apaixonado(a) por você” mais claramente do que preparar uma sopa para a pessoa amada quando ela está doente. É um gesto que vai além do cuidado físico. É quase uma declaração não-verbal de afeto, do tipo: “não sei lidar com meus sentimentos ainda, mas vou cozinhar algo quentinho pra te mostrar que me importo”. Awn.

Quem não lembra da icônica cena de It’s Okay to Not Be Okay (2020), quando Moon Gang-tae cuida da Ko Moon-young depois de um colapso emocional, com direito a comida, chá e cobertor? Ou do Lee Young-joon em What’s Wrong with Secretary Kim (2018), que leva uma marmita personalizada pra Kim Mi-so doente, como se fosse um presente da Tiffany?

A origem desse cuidado culinário: cultura, tradição e um pouquinho de drama

Na cultura coreana (e em outras asiáticas também, como a chinesa e japonesa), a comida tem uma relação direta com o bem-estar físico e emocional. O juk não é só uma sopa — é uma espécie de “comida-medicamento”. Feita com arroz bem cozido, geralmente com frango, abóbora ou frutos do mar, ela é leve, fácil de digerir e associada ao conforto materno.

Ou seja: quando um personagem prepara juk para outro, o roteiro está evocando um gesto de carinho tradicional, quase familiar. É como dizer “vou cuidar de você como a sua mãe faria” — e isso mexe com a gente, né? Porque no fundo, a Dramaland sabe que o amor está nos detalhes.

Sopa com bônus: febre e testa fria = beijo garantido?

E não vamos esquecer o combo mais usado em roteiros de dorama: testa suada + compressa + mão na testa + olhos nos olhos + beijo inesperado. Você já viu isso centenas de vezes. O personagem está com febre, delirando, e o outro toca sua testa com a própria (sem nenhum termômetro à vista, porque né, quem precisa de ciência quando se tem tensão romântica?).

Aliás, Descendants of the Sun (2016) tem uma cena perfeita disso: a médica Kang Mo-yeon cuidando do Capitão Yoo Si-jin ferido é puro fanservice. A química ali ferve mais do que a sopa!

Sopa, suor e sentimentos: o trio que nunca falha

A repetição desse tipo de cena — personagem doente + alguém cuidando dele — é um recurso narrativo clássico pra quebrar barreiras emocionais. Funciona como um “atalho” pro desenvolvimento romântico ou até pra revelar lados vulneráveis de personagens durões. E a sopa é só o começo: logo vem o momento em que um segura a mão do outro enquanto dorme, ou se emociona com um “obrigado por cuidar de mim”.

Curiosidades:

  • Juk: o remédio da Dramaland
    A sopa de arroz coreana (juk) é um alimento tradicionalmente associado a recuperação e conforto. É leve, fácil de digerir e geralmente preparada com ingredientes que reforçam o sistema imunológico. Na Dramaland, ela se torna símbolo de cuidado afetivo, especialmente quando feita pelo par romântico.
  • Toque de amor sem precisar dizer “eu te amo”
    Em culturas asiáticas, expressões diretas de afeto nem sempre são comuns no início dos relacionamentos. Cozinhar para alguém — especialmente quando essa pessoa está vulnerável — é um gesto poderoso de intimidade e preocupação. E a sopa é sempre o “eu me importo” mais sincero do roteiro.
  • A febre mais encenada da Ásia
    Basta um espirro ou uma queda de pressão para que os roteiros ativem o combo dramático: febre, suadeira, teste de temperatura com a mão na testa (ou na própria testa!), seguida de um olhar terno e um quase-beijo. A fórmula funciona tão bem que aparece em clássicos como Full House (2004) e hits recentes como King the Land (2023).
  • Sopa como turning point emocional
    Em muitos K-dramas, a primeira vez que o casal principal cozinha ou cuida um do outro marca o início da mudança de dinâmica entre eles. É quando o “não gosto de você” começa a ruir diante do “fiz isso porque me importo”. Sutil, né? Mas a gente sente tudinho.
  • Não é só na Coreia!
    A ideia de “cura pela comida” também aparece em J-dramas e C-dramas. Em A Love So Beautiful (2017), por exemplo, o protagonista leva comida para a crush doente como sinal silencioso de afeto — e a gente derrete junto. O gesto ultrapassa idioma e cultura: comida é amor universal!

Essa fórmula é tão universal na Dramaland que até nos doramas japoneses (J-dramas), como Nigeru wa Haji da ga Yaku ni Tatsu (2016), e nos tailandeses (lakorns), a cena do cuidado com o doente é um marco emocional. Afinal, quem resiste a um crush cozinhando com avental?

Então da próxima vez que você estiver assistindo um dorama e alguém espirrar, já prepara o coração: vem aí uma sopa, uma tensãozinha romântica e talvez até um beijo com gosto de arroz.

Quer fazer uma sopinha aí?

A maioria dos vídeos que compartilhamos tem a legenda em português desde que configurada no seu YouTube.

Até o próximo post!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Doramazine

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O conteúdo deste artigo é de responsabilidade exclusiva do autor.