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A poesia da dor nos doramas asiáticos

editorialpoesiadador

Chorar no meio da chuva. Esperar alguém que nunca volta. Amar em silêncio até o último episódio. Quantas vezes a gente se pegou com o coração apertado assistindo a cenas assim? Nos doramas coreanos e japoneses, o sofrimento é desenhado com uma delicadeza quase hipnotizante. Ele não grita — ele sussurra. E a gente, do outro lado da tela, chama isso de beleza. Mas será que é mesmo? Ou será que só aprendemos a enxergar dor como poesia porque ensinaram que sentir bonito é melhor do que sentir de verdade?

Existe uma linha tênue entre sensibilidade e romantização. Quando roteiros premiam o silêncio ao invés da conversa, o sacrifício ao invés da escolha, a renúncia ao invés da coragem, talvez a gente esteja apenas repetindo um ciclo que machuca. Um ciclo em que a mulher forte é a que suporta tudo calada, o homem apaixonado é o que se afasta “pra não atrapalhar” e o final feliz é o que nunca acontece. A vida real, no entanto, não precisa seguir esse roteiro.

É claro que tem beleza na dor. Não dá pra negar. Mas a verdadeira beleza talvez esteja em quem transforma dor em aprendizado — e não em espetáculo. Quando um personagem chora por algo que a gente também viveu, a identificação é inevitável. Só que aí entra a responsabilidade: como isso chega em quem assiste? Será que o público jovem, machucado, ansioso por referência, está mesmo entendendo que aquilo é ficção? Ou será que começa a achar que sofrer é o caminho natural do amor?

Os roteiros asiáticos, especialmente os coreanos e japoneses, são mestres em tocar camadas profundas da alma. Mas talvez seja hora da gente olhar pra essas narrativas com mais atenção. Admirar, sim. Sentir, claro. Mas também questionar. Porque sentir não precisa doer tanto. Amar não precisa machucar tanto. E chorar na chuva não precisa ser o ápice de uma história — pode ser só o começo da mudança.

E você? Já se pegou torcendo por um casal que nunca ficou junto? Já sentiu que um personagem te entendia mais que muita gente ao seu redor? Conta pra gente. Vamos conversar de verdade — sobre a dor que nos emociona, mas que também ensina.

Até o próximo post!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Doramazine

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