Resenha do filme japonês A Saudade que Fica

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Descubra como este drama japonês da Netflix explora a conexão entre vivos e mortos, oferecendo uma reflexão profunda sobre arrependimentos e redenção.

A Saudade que Fica é um filme japonês lançado na Netflix em 29 de fevereiro de 2024. Dirigido por Michihito Fujii, o longa-metragem mergulha nas complexidades emocionais de personagens que, após a morte, enfrentam pendências não resolvidas em suas vidas passadas. A trama acompanha Minako, interpretada por Masami Nagasawa, uma mãe que, após um acidente devastador, desperta em um reino espiritual e inicia uma busca por seu filho desaparecido, apenas para descobrir que ela própria faleceu.

Análise com spoilers

Minako é uma personagem que personifica o conceito de a mãe, a dependência emocional presente nas relações familiares japonesas. Sua busca incessante pelo filho reflete a profunda ligação materna e a dificuldade de aceitar a separação, mesmo após a morte. Ao longo da narrativa, Minako encontra outros espíritos presos no limbo, cada um com suas próprias pendências. Akira, um jovem rebelde interpretado por Kentarô Sakaguchi, lida com sentimentos de culpa e arrependimento, ilustrando o peso do giri (obrigação) na cultura japonesa. Shori, um líder da Yakuza vivido por Ryûsei Yokohama, enfrenta seus próprios demônios internos, representando a luta entre honra e redenção.

A interação entre esses personagens destaca a importância do wa (harmonia) na sociedade japonesa. Eles precisam confrontar seus arrependimentos e buscar a paz interior para avançar para o próximo plano espiritual. Em uma cena marcante, Minako revisita momentos de sua vida, percebendo que sua dedicação ao trabalho a afastou do filho, refletindo a pressão social sobre as mulheres japonesas para equilibrar carreira e família. Essa realização a leva a buscar redenção, enfatizando a importância do perdão e da reconciliação.

Aspectos técnicos

A trilha sonora, composta por artistas japoneses contemporâneos, utiliza instrumentos tradicionais como o koto e o shamisen, criando uma atmosfera que mescla o moderno e o clássico. As melodias suaves acompanham as jornadas emocionais dos personagens, intensificando a conexão do espectador com a narrativa. O roteiro de Michihito Fujii é habilmente construído, explorando temas universais de maneira que ressoa profundamente com a audiência. A cinematografia destaca a beleza etérea do reino espiritual, utilizando paletas de cores suaves e enquadramentos contemplativos que evocam a transição entre vida e morte.

A Saudade que Fica é uma obra cinematográfica que transcende barreiras culturais, oferecendo uma reflexão profunda sobre a vida, a morte e os laços que nos unem. A combinação de uma trilha sonora envolvente e um roteiro sensível cria uma experiência emocionalmente rica que certamente tocará o coração dos espectadores. Para os fãs de dramas que exploram as profundezas da psique humana e as complexidades das relações interpessoais, este filme é uma escolha imperdível. Disponível na Netflix, A Saudade que Fica convida você a embarcar nessa jornada introspectiva e a refletir sobre as próprias conexões e arrependimentos.

Até o próximo post!!
Marcela Fábio
Colunista, Escritora e Dorameira/Army
Imagem Doramazine IA

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