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Amor, solidão e neon: um retrato de Seul em “Regras do amor na cidade grande”

a busca de Young por amor em Seul

No romance de Sang Young Park, relações intensas e efêmeras revelam a beleza e a dor de amar em meio ao caos urbano.

Seul, à noite, é um mosaico de cores e sons. Sob a luz fria dos letreiros, encontros e despedidas se desenrolam como pequenas histórias invisíveis a quem passa apressado. Regras do amor na cidade grande nos convida a seguir um desses caminhos — o de Young, um jovem que busca amor, conexão e sentido no ritmo frenético da metrópole. Sang Young Park constrói essa jornada com intimidade e franqueza, como quem abre a porta de casa e deixa o leitor espiar.

Regras do amor na cidade grande

  • Autor: Sang Young Park
  • País de origem: Coreia do Sul
  • Ano de lançamento no Brasil: 2024
  • Onde encontrar: AmazonKindle, Capa Comum (comprando por um desses links gera uma comissão para mantermos o Doramazine)

Trama e personagens

Young divide apartamento com Jae-hee, amiga leal e cúmplice de noites de conversa e bebida. Tudo muda quando ela decide se casar, deixando um vazio que Young tenta preencher entre empregos temporários, a escrita e os cuidados com a mãe gravemente doente. No amor, vive relações diversas: um homem reservado e engajado politicamente, outro que deixa cicatrizes profundas e um terceiro que, talvez, represente a possibilidade de um afeto mais duradouro.
Cada encontro e cada afastamento revelam camadas de um protagonista que oscila entre a euforia e o cansaço, a esperança e a resignação.

Estilo narrativo e impacto emocional

A prosa de Sang Young Park equilibra ironia e melancolia, mantendo sempre um fio de ternura. As passagens de humor não quebram a intensidade emocional, mas a tornam mais humana. Seul é mais que cenário: pulsa junto com o protagonista, refletindo a solidão e a efervescência de uma geração que vive conectada, mas ainda busca tocar o outro de verdade.

Pontos fortes

  • Protagonista vivo e multifacetado: falho, intenso, profundamente humano.
  • Representatividade significativa: uma narrativa queer franca e sensível.
  • Equilíbrio entre leveza e dor: alterna momentos de riso com reflexões sobre perda e pertencimento.
  • Retrato de Seul: a cidade é personagem, com sua energia e contradições.

Pontos fracos

  • Estrutura dividida em episódios pode dispersar o ritmo, pedindo mais atenção e entrega do leitor.

Adaptações

A obra ganhou adaptação para o cinema e para uma série coreana recente, ambas roteirizadas pelo próprio autor. O filme captura o tom intimista e melancólico do livro, enquanto a série expande certos arcos, mantendo-se fiel à essência das relações e à atmosfera de Seul.

Nota 4,5 / 5

Um romance marcante e necessário, que equilibra coragem narrativa e sensibilidade, ainda que a fragmentação da história possa desafiar alguns leitores.

Indicado para quem procura histórias urbanas intensas, com protagonistas complexos e representatividade genuína. Uma leitura que abraça quem já viveu a solidão na multidão e sabe que, nas grandes cidades, amar é também aprender a perder.

Até o próximo livro!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Divulgação e Doramazine

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