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Do Japão ao coração: o sussurro sincero de Park Hyungsik em “Koishikute Aitakute”

Koishikute Aitakute musica de Park Hyungsik

Quando Park Hyungsik lança Koishikute Aitakute, ele abre uma janela íntima de dor e afeto.

A escolha do título — mesclando os verbos “sinto saudade” (koishikute) e “quero te ver” (aitakute) — já solta a emoção: a tensão entre a distância e o desejo de reencontro.

Para quem acompanha Hyungsik como ator, esse passo à frente em sua trajetória solo como cantor marca um momento de amadurecimento e entrega — tanto nos vocais quanto na forma de expressar vulnerabilidade através da música.

1) Letra e Significado

Em essência, Koishikute Aitakute é uma carta de saudade e fidelidade, onde o eu-lírico recusa desistir, mesmo com distância ou incerteza.

Desde os primeiros versos, Koishikute Aitakute se estabelece como uma confissão de saudade melancólica. O eu-lírico pronuncia o nome da pessoa amada no silêncio, desejando ouvir sua voz e sentir sua presença. São imagens que evocam a ausência física e o peso da lembrança, traduzindo o amor como algo que resiste à distância.

Em versos posteriores, ele afirma que “a cor da tristeza não é transparente” — um dos trechos mais belos da letra. Há reconhecimento da dor, mas também aceitação dela como parte do amor verdadeiro. O refrão amplia essa sensação: a presença da pessoa amada transforma dias frágeis em algo vibrante e precioso, como se o simples ato de amar colorisse a rotina cinzenta.

Mais adiante, o eu-lírico promete levar essa pessoa consigo “ao amanhã que sonharam juntos”. O amor se torna então uma promessa de continuidade — não apenas lembrança, mas esperança.

Em essência, Koishikute Aitakute é uma carta de saudade e fidelidade. O eu-lírico não se rende ao esquecimento; ele escolhe permanecer, acreditando que o sentimento, mesmo à distância, é uma forma de presença.

Trecho 1

恋しくて 逢いたくて
Koishikute aitakute
(Sinto saudade, quero te ver)

君の名前 呟いてみる
Kimi no namae tsubuyaite miru
(Sussurro teu nome baixinho)

君の声 近づいて
Kimi no koe chikadzuite
(Tua voz parece se aproximar)

手を伸ばせば 微笑みに触れる気がした
Te wo nobaseba hohoemi ni fureru ki ga shita
(Quando estendo a mão, sinto que poderia tocar teu sorriso)

Ele pronuncia o nome da pessoa amada no silêncio da noite, deseja sentir sua voz, e estende a mão como se pudesse tocá-la. Esses versos evocam uma presença idealizada — talvez mais memoriosa que real — que habita o espaço emocional do cantor.

A emotividade se intensifica no pré-refrão:

カナシミの色は たしか透明じゃない
Kanashimi no iro wa tashika tōmei ja nai
(A cor da tristeza certamente não é transparente)

どんな君でも抱きしめる
Donna kimi demo dakishimeru
(Abraçaria qualquer versão de você)

“A cor da tristeza” não é transparente: há textura, há dor registrada. E ele garante que abraçaria “qualquer versão” dessa pessoa. Há aqui um pacto incondicional, mesmo diante da imperfeição humana.

No refrão:

陽だまりのような 君の温もりが
Hidamari no yōna kimi no nukumori ga
(O teu calor, como um raio de sol)

儚い毎日が かけがえない笑顔で 鮮やかに色づいたんだ
Hakanai mainichi ga kakegae nai egao de azayaka ni irozuita nda
(Transformou meus dias frágeis em cores vivas com teu sorriso insubstituível)

A presença amada transforma dias frágeis (“hakanai mainichi”) em algo vibrante e precioso. A metáfora do “luz do sol” — calor envolvente — reforça que o encontro interior com esse outro foi capaz de trazer cor ao existencial cinza.

Mais adiante, ele promete:

名前の知らない星の 輝きさえも
Namae no shiranai hoshi no kagayaki sae mo
(Mesmo o brilho de uma estrela sem nome)

僕らの明日を 照らすためにある
Bokura no ashita wo terasu tame ni aru
(Existe para iluminar o nosso amanhã)

夢見た永遠に 必ず連れてゆく
Yumemita eien ni kanarazu tsurete yuku
(Eu te levarei, sem falta, ao eterno que sonhamos)

Mesmo estrelas sem nome — símbolo de algo ainda indeterminado — servem para iluminar o futuro que ele quer construir ao lado. Há um gesto de fé: o amor não apenas ocupa o presente, mas traça promessa de eternidade.

No verso intermediário (verso 2), ele se posiciona como refúgio:

もしも君が くじけて心にキズだらけでも
Moshimo kimi ga kujikete kokoro ni kizu darake demo
(Mesmo que teu coração esteja ferido e cansado)

ここにいるよ いつでも僕を信じて欲しい
Koko ni iru yo itsudemo boku wo shinjite hoshii
(Eu estarei aqui — quero que acredite em mim, sempre)

Aqui há vulnerabilidade reconhecida — “cicatrizes no coração” — e, ao mesmo tempo, um convite suave: eu estarei aqui, acredita em mim.

2) Produção Musical e Sonoridade

Koishikute Aitakute segue a tradição das baladas emocionais japonesas, com uma sonoridade que combina leveza e profundidade. Guitarras suaves, baixo discreto e percussão delicada criam uma atmosfera que respira junto à voz de Hyungsik, sem jamais sobrepor-se a ela.

A produção privilegia o espaço e a dinâmica. Os versos caminham em calma contenção, enquanto o refrão se abre em amplitude e luz. A instrumentação orgânica realça a textura vocal — audível até nas pausas e respirações —, permitindo que o ouvinte sinta cada nuance do que é cantado.

Há um equilíbrio entre melancolia e doçura, refletindo o tema central: a saudade não como ausência amarga, mas como lembrança viva que aquece.

No trecho final, a bateria surge como um pulso vital, quebrando o silêncio melancólico que domina boa parte da canção. Esse movimento rítmico não apenas sustenta o clímax, mas também simboliza o renascer do sentimento — como se o coração voltasse a bater depois de um longo suspiro. Logo em seguida, o solo de guitarra irrompe com elegância, ecoando a intensidade do vocal que se abre por completo no último refrão. É um momento de catarse: a emoção que vinha contida finalmente se expande, e a melodia encontra o seu desfecho em pura entrega.

3) Videoclipe e Estética Visual

O videoclipe de Koishikute Aitakute é uma tradução visual da própria saudade — não pelo excesso de imagens, mas pela delicadeza de suas transições simbólicas.

Hyungsik surge logo no início vestido de branco, caminhando por um ambiente amplo, repleto de escadas e claridade difusa. Essa construção visual evoca a confusão inicial do personagem: ele busca um caminho, mas cada degrau parece levar a lugar nenhum. A luz é suave, mas fria — símbolo de uma presença que já se transformou em ausência.

Conforme a música cresce, o cenário também muda. O branco permanece ao fundo, mas o preto invade o chão e as roupas, como se a dor começasse a se infiltrar em cada passo. É a materialização do luto — o instante em que a saudade deixa de ser lembrança e passa a ser desespero.

Quando o arranjo se abre e a música exibe um lampejo de esperança, o enquadramento se eleva. Hyungsik aparece cercado pelo céu e por nuvens, num espaço que parece suspenso entre o real e o imaginário. É o respiro do eu-lírico, o breve momento em que ele acredita poder reencontrar a paz.

Mas a serenidade não dura. No trecho em que a bateria rompe o silêncio e a guitarra explode em emoção, o cenário se torna escuro e concreto, denso e quase sufocante. É o ponto em que o personagem se reconhece no fundo do próprio vazio — o som e a imagem se fundem no auge do desespero.

No final, ele caminha pela escuridão. Não há reconciliação explícita, mas há aceitação. Quando para e encara a câmera, o olhar já não é o de quem busca, e sim o de quem compreendeu. É como se ele finalmente tivesse cumprido a promessa feita a quem partiu — ou aceitado a que recebeu dela.

O clipe termina assim: em silêncio e sombra, mas com um olhar que carrega luz.

4) Recepção e Impacto

O lançamento de Koishikute Aitakute foi recebido com entusiasmo e emoção pelos fãs. Muitos destacaram o amadurecimento vocal de Hyungsik e a delicadeza da interpretação. A canção marca uma nova fase em sua carreira, evidenciando a versatilidade de um artista que transita entre a atuação e a música sem perder autenticidade.

Sua escolha por cantar em japonês e adotar um estilo mais intimista reforça o desejo de se conectar com o público de forma direta, sem depender de artifícios. O resultado é uma obra sincera, feita para ser sentida em silêncio — como uma conversa entre corações.

Koishikute Aitakute é mais do que uma canção sobre saudade — é um testemunho sobre o poder de permanecer vulnerável. Hyungsik nos lembra que o amor, mesmo distante, pode ser abrigo e luz.

Há canções que convencem pela técnica, e há outras que vencem pela verdade. Koishikute Aitakute pertence ao segundo tipo. Mesmo quem nunca se considerou próximo do estilo de Park Hyungsik acaba cedendo — não por acaso, mas porque ele canta com uma sinceridade quase desarmante. É o tipo de entrega que atravessa defesas silenciosas: a gente começa ouvindo com distância, e termina com o coração aberto, sorrindo sem perceber.

Esse vídeo tem a legenda em português desde que esteja configurada no seu YouTube.

Até o próximo post!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Divulgação

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