Sabe, tem dias em que eu paro, olho pra vida, e percebo que os melhores encontros que a gente vive não estavam, de forma alguma, nos nossos planos. E, cá entre nós, isso é praticamente um roteiro clássico dos doramas, não é? Quantas vezes você já não viu aquele personagem que, sem querer, cruza o caminho do outro… e ali, naquele instante bobo, tudo muda. Eu, que cresci encantada pelas músicas dos anos 50, 60 e 70, sempre acreditei nesse poder dos encontros — sejam eles com pessoas, com histórias ou até com a gente mesma.
Lembro direitinho da primeira vez que assisti Because This Is My First Life. Eu me vi tanto ali… Naquela mulher que, aos trinta e tantos, ainda se perguntava se tava tudo bem não ter seguido o “caminho certo”. E olha, foi ali que entendi: a vida não é uma linha reta — é feita de desvios, de acasos e de capítulos que a gente não pediu, mas que, de alguma forma, transformam tudo. A cultura asiática me ensinou isso com uma delicadeza que poucas coisas no mundo conseguem. Eles têm esse olhar poético pro ordinário. Transformam um café na chuva, um guarda-chuva dividido, ou um silêncio desconfortável… em pura poesia.
Quando decidi criar o Doramazine, não foi só pra falar de doramas, sabe? Foi pra celebrar essa estética dos encontros. Dos encontros entre culturas, entre gerações, entre sonhos que a gente esqueceu numa gaveta qualquer e que, de repente, resolve abrir de novo. A mesma coisa que a gente vê em Our Beloved Summer, quando dois ex-namorados se reencontram anos depois e percebem que, mesmo sem querer, ainda carregam pedaços um do outro. É sobre isso. Sobre aquilo que fica, mesmo quando a gente tenta seguir em frente.
Por isso, neste editorial, eu quero te convidar pra refletir comigo sobre “Os encontros que os doramas nos ensinam a não desperdiçar”. Sabe aquele vizinho ranzinza que, no fundo, só tá carente? Ou aquele amigo que você não vê há anos, mas que aparece no seu sonho do nada? Ou ainda, aquele crush que o algoritmo te jogou no colo, como quem não quer nada? Pois é… Na vida e nos doramas, a gente aprende que nada é só acaso. Tudo tem cheiro de destino. E talvez, só talvez, a gente precise começar a prestar mais atenção.
Até a semana que vem!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Doramazine