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Entre Universos: A perfeição que adoece o K-pop

saude mental no kpop

Por trás do brilho dos palcos, existe uma pressão silenciosa que machuca — e o público precisa olhar pra isso com mais humanidade

Entre ensaios impecáveis, visuais milimetricamente calculados e performances que tiram o fôlego, o K-pop deslumbra. Mas por trás das coreografias sincronizadas e sorrisos treinados, há algo que nem sempre se vê: a cobrança sufocante por perfeição. E essa cobrança, que vem da indústria, do público e até dos próprios idols, tem um custo — e ele é alto.

A verdade é que a indústria do K-pop não tem espaço pra erro. Um tropeço na coreografia? Críticas. Um cabelo que foge do padrão? Julgamento. Um corpo “fora do ideal”? Comentários cruéis. Os idols são moldados para serem impecáveis o tempo todo, como se fossem personagens de ficção — e esquecem que são pessoas. Jovens que sentem medo, insegurança, fome, exaustão. E tudo isso é empurrado pra baixo do tapete, em nome da imagem perfeita.

E o que o público tem a ver com isso? Tudo. Porque, mesmo sem querer, a gente participa dessa engrenagem. Quando espera que o idol esteja sempre sorrindo, que nunca erre uma nota, que responda todas as mensagens mesmo depois de uma agenda de 20 horas. A cobrança não vem só da empresa. Vem também de quem consome.

É claro que existem mudanças acontecendo. Artistas falando mais abertamente sobre saúde mental, pausas anunciadas com mais naturalidade. Mas ainda é pouco. Ainda vemos jovens desmoronando por dentro enquanto sorriem no palco. E isso não devia ser entretenimento.

Ser fã é amar o artista por quem ele é — e não só pela performance perfeita. É apoiar nos acertos, mas também acolher nos tropeços. Porque o K-pop é lindo, sim. Mas ele pode — e deve — ser mais leve, mais real, mais humano.

  • Casos de saúde mental: Idols como Jae (DAY6) e membros do TWICE já falaram abertamente sobre suas lutas com ansiedade e depressão, destacando a importância de cuidar da saúde mental. ​
  • Pressão desde cedo: Trainees começam a treinar desde muito jovens, enfrentando rotinas exaustivas e padrões de beleza rígidos, o que pode levar a distúrbios alimentares e outros problemas de saúde. ​
  • Mudanças na indústria: Algumas empresas estão começando a oferecer suporte psicológico aos artistas, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que isso se torne uma prática comum.

E você?
Da próxima vez que assistir a uma performance impecável, tente olhar além dos passos coreografados. Pergunte-se: o que esse artista teve que abrir mão pra estar ali? Será que estamos aplaudindo talento… ou exigindo sacrifício?
Repensar o que consumimos é também um ato de cuidado. Não só com eles — mas com a gente também.

Até o próximo post!!
Marcela Fábio
Colunista, Escritora e Dorameira/Army
Imagem: Doramazine

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