Mais do que abertura ou encerramento, as músicas dos animes são portais emocionais. A gente cresce, mas basta uma nota pra voltar a sentir tudo de novo.
Tem músicas que não tocam apenas no fone — tocam direto na memória. Em qualquer lugar do mundo, se alguém começa a cantar “We are!” ou “Unravel”, é quase um feitiço: olhos se encontram, sorrisos surgem, e uma ponte invisível se forma. Esse é o poder das trilhas sonoras de anime.
A música, nos animes, não é um detalhe. Ela é estrutura. Ela antecipa o que está por vir, guia a emoção e, muitas vezes, diz aquilo que o personagem ainda não conseguiu colocar em palavras.
Lembra da abertura de Neon Genesis Evangelion? “A Cruel Angel’s Thesis” virou símbolo de uma geração inteira. E não é só nostalgia: é identificação, é dor existencial em forma de melodia. Já Samurai X, com “Sobakasu”, traz aquele contraste delicioso entre som leve e trama densa, quase como se a trilha dissesse: “vem comigo, mas se prepara”.
Tem também os encerramentos que nos pegam de jeito — tipo “Wind” de Naruto ou “Blue Bird” em sua fase mais épica. E quando a música invade a própria história, como em Your Lie in April, Nodame Cantabile ou Carole & Tuesday, o impacto é dobrado. Porque a trilha deixa de ser fundo e vira protagonista.
E não dá pra ignorar os animes atuais. “Kick Back” de Chainsaw Man chegou chegando, e “Idol” de Oshi no Ko cravou um novo padrão de abertura: visual, ritmo e letra caminhando juntos, quase uma obra à parte do anime.
Essas músicas nos conectam com versões antigas de nós mesmos. Nos lembram do que sentimos, de quem éramos, ou do que gostaríamos de ter ouvido naquele momento. É por isso que, mesmo adultos, a gente ainda se emociona quando ouve aquele primeiro acorde. Porque não é só sobre o anime. É sobre a gente.
Qual trilha sonora de anime marcou a sua vida? Conta pra gente e vamos reviver juntos esse universo que continua pulsando dentro da gente.
Até o próximo post!!
Marcela Fábio
Colunista, Escritora e Dorameira/Army
Imagem: Doramazine