Como o misticismo asiático transforma histórias de amor e doramas em experiências inesquecíveis
Há algo de profundamente humano nas histórias que cruzam o limite entre o mundo dos vivos e o dos espíritos. Quando um dorama se aventura pelo misticismo asiático — povoado por fantasmas, reencarnações e antigas lendas —, ele nos convida a enxergar o invisível e a sentir o que não se explica. Nesses enredos, o sobrenatural não é um susto, mas uma metáfora sobre amor, destino e redenção.
É impossível não lembrar de Goblin, uma das obras mais marcantes do gênero. Kim Shin, o imortal guardião, vaga por séculos em busca de descanso e encontra o amor em uma jovem que carrega sua chave para o fim. A história mistura humor, dor e poesia com uma elegância rara, mostrando que mesmo seres imortais podem se sentir profundamente humanos. Cada olhar, cada neblina que envolve as cenas, parece carregar séculos de saudade.
Em Hotel Del Luna, os fantasmas não assustam — emocionam. Eles esperam, sonham e tentam resolver o que ficou pendente. Já em Moon Lovers: Scarlet Heart Ryeo, a reencarnação é o fio que une amores impossíveis, enquanto lendas como a da raposa de nove caudas, em Tale of the Nine Tailed, continuam a seduzir e a ensinar. Essas tramas dialogam com a espiritualidade asiática, onde o tempo é circular e o amor pode atravessar vidas.
Talvez o sucesso desses doramas venha do conforto que oferecem: a ideia de que nada termina por completo. Que até mesmo após a morte, há reencontros, perdão e recomeços. São histórias que tocam o coração e nos fazem acreditar que o destino, por mais cruel que pareça, pode guardar uma beleza silenciosa.
Se Goblin ou outro dorama místico já fez você acreditar no amor além do tempo, compartilhe essa emoção. Afinal, algumas histórias parecem feitas para durar mais de uma vida.
Até o próximo!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Divulgação
