Home / 7ª Arte / Resenhas de Filmes / Invasão Zumbi: O Terror no Expresso 101

Invasão Zumbi: O Terror no Expresso 101

invasão zumbi - resenha

Quando o medo corre sobre trilhos e a humanidade é colocada à prova.

Se você acha que já viu de tudo quando o assunto é zumbi… bem, a Coreia do Sul te prova que não! Invasão Zumbi (Train to Busan) é mais que um filme de terror — é um soco no estômago, um espelho da sociedade e uma lição sobre humanidade, empatia e sacrifício. Lançado em 2016, ele quebrou barreiras, redefiniu o gênero e se tornou um clássico instantâneo. E te garanto: não é só mais um filme de mortos-vivos.

Análise com spoilers

Aqui não tem zumbi que assusta mais do que o próprio egoísmo humano. O protagonista, Seok-woo (Gong Yoo), é um gestor financeiro que vive para o trabalho, negligenciando a própria filha, Su-an. A relação deles reflete diretamente uma questão cultural coreana muito sensível: a cobrança social sobre sucesso, produtividade e a constante ausência parental.

No início, Seok-woo é aquele típico pai coreano moderno — distante, frio, mas não por falta de amor, e sim por estar preso no ciclo social de sucesso a qualquer custo. Ao longo da jornada, o roteiro esmaga esse homem com uma série de decisões brutais, forçando-o a escolher entre salvar a si ou aos outros.

Sang-hwa (Ma Dong-seok) é o oposto — o homem comum, protetor, que encara qualquer coisa para salvar quem ama. Sua masculinidade não está na brutalidade, mas na empatia, no cuidado com a esposa grávida e na coragem de se sacrificar.

Já Yon-suk, o executivo vilanesco, representa o lado mais podre da sociedade — o egoísmo extremo, aquele que não hesita em sacrificar outros para salvar a própria pele. E olha… você vai odiar esse homem com todas as suas forças, porque ele reflete algo que a gente vê todo dia no noticiário.

E Su-an? A criança que carrega mais humanidade que muitos adultos no trem inteiro. Ela é a consciência viva do pai. Sua sensibilidade e sua dor são absolutamente esmagadoras — e aquele final… ah, aquele final… destrói qualquer alma que tenha batimentos cardíacos.

Aspectos técnicos

Trilha Sonora: Minimalista, quase invisível nos momentos de tensão, fazendo o som dos vagões, dos gritos e do próprio silêncio se tornarem parte do terror. E quando ela surge, te rasga no meio. A cena da despedida no final… a trilha entra como uma facada no coração. Seca. Crua. Dolorosa.

Roteiro: Cirúrgico. É ágil, sem gordura, mas profundamente humano. Ele não entrega sustos gratuitos — entrega desespero real. Cada escolha dos personagens reflete uma crítica social direta: a luta de classes, o preço da indiferença e o quanto a empatia é revolucionária num mundo que te obriga a ser individualista.

Invasão Zumbi não é só sobre zumbis. É sobre você. Sobre mim. Sobre quem escolhe, todos os dias, ser melhor… ou não. É um filme que te faz questionar até onde você iria para proteger quem ama. E se você acha que isso é “só mais um filme de terror”, prepare-se: quando o trem partir, não tem volta.

Assiste. Sente. E depois me conta se você desceu desse expresso sendo a mesma pessoa.

Minha nota: 10/10 – Foi o primeiro filme coreano que assisti quando comecei no mundo dos doramas em 2019.

Mais detalhes sobre filme inclusive onde assistir clique aqui.

Até a próxima resenha!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Divulgação

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O conteúdo deste artigo é de responsabilidade exclusiva do autor.