Descubra a tocante história de ‘Journey to the Shore’, um filme japonês que explora a perda, o perdão e o reencontro, com atuações emocionantes e uma direção sensível de Kiyoshi Kurosawa.
Se trata de um filme japonês emocionante que explora o luto, o perdão e a possibilidade de recomeçar, mesmo quando as águas da vida parecem turvas e sem rumo. A história segue Mizuki, uma jovem professora que, após a o sumiço misterioso de seu marido Yusuke, encontra-se sozinha e perdida.
Quando ele inexplicavelmente aparece diante dela, como um fantasma, eles embarcam juntos em uma jornada de redescoberta e de cura. Durante a viagem, ambos enfrentam seus passados, suas tristezas e as escolhas não feitas, enquanto buscam, de alguma forma, aceitar o que é inaceitável.
O filme apresenta uma trama simples, mas profunda, em que a dor de uma perda e a busca por respostas tornam-se um ponto de partida para uma nova compreensão de si mesmos.
Sinopse
“Journey to the Shore” é, acima de tudo, uma história de reconciliação — não apenas entre duas almas separadas, mas também entre o passado e o presente, entre o que foi e o que pode ser. O diretor Kiyoshi Kurosawa, conhecido por suas obras perturbadoras e de suspense, oferece uma narrativa mais suave e introspectiva, dando espaço para um mergulho emocional sem pressa.
As atuações de Tadanobu Asano e Eri Fukatsu são comoventes, capturando com delicadeza a tensão de um reencontro entre o amor e a dor. As paisagens, com sua melancolia tranquila, servem de pano de fundo para o conflito interno dos personagens. Um filme que toca profundamente, capaz de fazer o espectador refletir sobre as segundas chances, a perda e a aceitação. Uma experiência cinematográfica que vale a pena ser vivida.
Ficha técnica:
- Nome em Português: Rumo à Outra Margem ou Para o Outro Lado
- Ano: 2015
- País: Japão
- Diretor: Kiyoshi Kurosawa
- Roteiro: Kiyoshi Kurosawa
- Elenco principal:
- Tadanobu Asano (Yusuke)
- Eri Fukatsu (Mizuki)
- Onde Assistir: Prime Video, Apple, Youtube
Sabia que Rumo à Outra Margem rendeu a Kurosawa o prêmio de Melhor Diretor na seção Un Certain Regard de Cannes em maio de 2015?
Bastidores
-
- Reconhecimento internacional
O filme garantiu ao diretor Kiyoshi Kurosawa o prêmio de Melhor Direção na seleção “Un Certain Regard” do Festival de Cannes, em 2015. Um feito gigante para uma obra tão silenciosa e delicada. - Adaptação literária
O roteiro foi inspirado no romance “Kishibe no Tabi”, da escritora japonesa Kazumi Yumoto. Kurosawa trabalhou com muito cuidado para manter a atmosfera introspectiva da obra original, apostando em diálogos mínimos e muitos silêncios. - Direção de silêncios
Kurosawa é conhecido por usar o silêncio como elemento narrativo. Durante as filmagens, ele orientava os atores a segurar as emoções o máximo possível, deixando os sentimentos transbordarem só nos pequenos detalhes: um olhar, um gesto, um suspiro. - Escolha do elenco
Eri Fukatsu e Tadanobu Asano foram escolhidos não só pela capacidade de atuar em cenas emocionalmente contidas, mas também por transmitirem aquela sensação de pessoas comuns vivendo situações extraordinárias. Eles gravaram longas cenas em plano fixo, o que exigiu muito controle emocional. - Ritmo de filmagem
As cenas externas foram rodadas em diferentes localidades do interior do Japão, com uma equipe reduzida para preservar o clima íntimo. A fotografia foi pensada para valorizar a paisagem natural como reflexo do estado emocional dos personagens.
- Reconhecimento internacional
Curiosidades
-
- Trilha sonora discreta
A música é tão sutil que em vários momentos passa despercebida. O objetivo era justamente esse: deixar que o espectador mergulhasse no silêncio e sentisse o desconforto da ausência de som. - Simbolismo cultural
O filme faz várias referências ao conceito japonês de “mitoru”, o ritual de acompanhar alguém na hora da morte. Essa ideia de permanecer ao lado até o último instante aparece de forma simbólica na relação de Mizuki com Yusuke. - Viagem com significado
Cada parada da jornada dos personagens representa uma etapa do luto: aceitação, perdão, desapego e, por fim, libertação emocional. - Reconhecimento fora do Japão
Além de Cannes, o filme passou por festivais importantes como Toronto e Nova York, ganhando destaque pela forma delicada como aborda a dor da perda. - Estilo único
Embora seja um drama espiritual, Kurosawa intencionalmente evitou efeitos especiais para retratar o sobrenatural. Tudo é mostrado de forma naturalista, como se a presença de um fantasma fosse apenas mais um detalhe da rotina.
- Trilha sonora discreta
Se você busca um filme que toca a alma e desafia suas emoções, “Journey to the Shore” é uma escolha imperdível.
Assisti há um tempo e ao escrever sobre ele nesse momento estou imersa a uma reflexão sobre o recomeço.
Assista agora e compartilhe suas reflexões sobre essa jornada com a gente!
Até o próximo post!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Divulgação