O BL japonês que expõe vulnerabilidades, quebra idealizações e revela que amar também é reaprender a existir.
Há histórias que não gritam. My Beautiful Man prefere sussurrar. E, justamente por isso, atinge mais fundo. A trama não se apoia em gestos óbvios nem em romances polidos. Ela nasce do desconforto, da assimetria e daquilo que quase ninguém gosta de admitir: o amor pode ser estranho, imperfeito e ainda assim transformar tudo ao redor.
Hira observa o mundo pela fresta da porta. Kiyoi atravessa os corredores com o brilho de quem está sempre um passo à frente. Entre eles, existe um território sensível, feito de admiração, medo, desejo e um lento desabrochar. Nada aqui é simples. Nada aqui é previsível. E talvez seja exatamente isso que torna essa história tão humana.
Sinopse
Hira é tímido, introspectivo e vive tentando não ser notado. Kiyoi, por outro lado, é o centro de gravidade da própria escola. Quando suas trajetórias se cruzam, surge uma relação marcada pela distância emocional e pela vontade silenciosa de ser visto e compreendido. Ao longo das temporadas, o dorama explora amadurecimento, identidade e o difícil trabalho de reconhecer o próprio valor.
Ficha técnica
Título: My Beautiful Man (Utsukushii Kare)
País: Japão
Gênero: BL, Romance, Drama
Direção: Mai Sakai
Elenco: Riku Hagiwara, Yusei Yagi
Temporadas: 2 + filme
Disponível no Brasil: Viki
Bastidores e curiosidades
A adaptação do romance de Yuu Nagira exigiu da produção um cuidado especial com ambientação. A equipe decidiu trabalhar com luzes difusas e enquadramentos quase minimalistas para captar a solidão de Hira e o magnetismo silencioso de Kiyoi. A diretora Mai Sakai pediu que os atores valorizassem pausas e olhares, e isso explica a sensação constante de tensão íntima que percorre a série.
Riku Hagiwara contou que precisou dominar pequenos tiques de ansiedade para interpretar Hira, porque a personagem não descarrega emoções de forma explícita. Já Yusei Yagi, vindo do mundo da música, mergulhou no estudo de linguagem corporal para transmitir a arrogância, a fragilidade e o orgulho ferido de Kiyoi sem depender de diálogos longos.
As gravações do filme foram feitas em ritmo acelerado, mas o elenco comentou que a química construída nas duas temporadas tornou o processo mais natural do que o previsto. Outro detalhe curioso é que várias cenas de caminhada e silêncio foram improvisadas, surgindo de momentos em que a equipe simplesmente deixou a dupla se mover livremente pelo ambiente.
My Beautiful Man não busca agradar. Busca tocar. E consegue ao mostrar que amor não precisa ser confortável para ser verdadeiro. Talvez seja por isso que a obra ganhou tanto espaço: ela fala das coisas que nos atravessam quando ninguém está olhando.
Se você ainda não entrou nesse universo, vale se permitir essa experiência que mistura delicadeza, estranhamento e beleza.
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por Kyara Y., colunista digital do Doramazine
