Por trás dos mutirões de stream, uma verdade pouco dita: enquanto o fandom luta por status, as contas dos idols vão ficando cada vez mais cheias.
Sou da época do Menudo, do New Kids On The Block e o que nos restava era apenas pedir para tocarem as musicas nas rádios, mas hoje o cenário mudou, hoje falamos em números nos charts, de stream, downloads…
Tudo isso para configurar uma cena clássica no universo do K-pop: o fandom em modo missão impossível, organizando playlists, criando metas diárias de streaming, fazendo campanhas para evitar a tão temida “queda nos charts”. É bonito de ver. Uma mobilização global, com direito a cronogramas, hashtags, tutoriais e até planilhas. Tudo pela honra de manter o idol no topo.
Mas… vamos combinar? Está na hora de encarar o outro lado dessa história.
Enquanto milhões de fãs passam noites em claro dando play sem parar, algo muito real acontece nos bastidores: a conta bancária dos artistas vai engordando. Sim, cada reprodução conta. Cada view, cada stream, cada download digital… tudo isso é convertido em dinheiro. E não é trocado de bala, não. Estamos falando de milhares (e muitas vezes milhões) de dólares, acumulados graças à dedicação apaixonada de quem acredita estar apenas “ajudando a carreira” ou “mostrando força de fandom”.
E é claro: não tem nada de errado em querer ver o seu artista brilhar. A emoção de ver aquele #1 nos charts, os recordes quebrados, as matérias internacionais destacando o feito… tudo isso alimenta o orgulho de fã. É um vínculo emocional legítimo. O problema é quando a gente esquece que, por trás dessa narrativa, existe uma indústria lucrando – e muito – com o esforço coletivo de fãs que trabalham de graça.
A verdade nua e crua? As campanhas de stream não são só sobre “amor e apoio”. Elas são, na prática, um motor de vendas invisível. Um marketing espontâneo que faz qualquer executivo sorrir satisfeito enquanto confere o relatório financeiro do trimestre.
Então, da próxima vez que alguém mandar aquela mensagem desesperada no grupo de WhatsApp dizendo “Gente, estamos caindo no chart!”, fica o convite pra refletir: será que você tá mesmo só defendendo o ego do fandom? Ou tá ajudando a pagar o próximo apartamento de luxo do seu idol favorito ou daquele executivo frio e calculista?
Porque, no fim, enquanto você dá play… eles contam os $$.
Até a próxima reflexão!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Divulgação