O termo que conquistou fãs e dividiu opiniões entre especialistas reacende a discussão sobre identidade, linguagem e cultura asiática no país.
O termo que ultrapassou fronteiras
“Dorama” soa familiar para quem mergulhou de cabeça no universo asiático. A palavra nasceu no Japão, uma simples adaptação fonética do inglês drama — mas ganhou um significado próprio por aqui. No Brasil, ela se transformou em sinônimo de qualquer série asiática: coreana, japonesa, chinesa ou tailandesa.
O que começou como um apelido carinhoso dentro dos fandoms cresceu a ponto de ser reconhecido oficialmente pela Academia Brasileira de Letras. A consagração, porém, veio acompanhada de uma onda de questionamentos: será que “dorama” ainda representa a diversidade de produções da Ásia, ou virou um rótulo que simplifica demais o que não é igual?
O debate que o público não esperava
Para muitos estudiosos e fãs atentos, chamar tudo de “dorama” é o mesmo que colocar sob uma única etiqueta expressões culturais completamente distintas. Cada país tem sua estética, ritmo narrativo, temáticas e modo de contar histórias — e isso faz parte do encanto.
O Japão carrega a introspecção delicada dos j-dramas, a Coreia conquistou o mundo com suas produções cinematográficas e roteiros cheios de emoção, a China mistura tradição e fantasia em obras épicas, enquanto a Tailândia transformou o lakorn e o BL em potências globais. Reduzir tudo a uma só palavra, segundo os críticos, seria como apagar nuances preciosas dessa tapeçaria cultural.
Entre o carinho e o apagamento
De um lado, há quem defenda que “dorama” é uma palavra de afeto, uma forma natural que os brasileiros encontraram para expressar amor por essas produções. Afinal, é assim que o idioma funciona — adapta, mistura, cria.
Do outro, há quem veja o termo como um reflexo do olhar ocidental que trata a Ásia como um bloco homogêneo. Para esses, a popularização da palavra sem a devida contextualização pode reforçar estereótipos e invisibilizar as identidades locais.
É uma linha tênue: o carinho não pode se transformar em descuido.
Um dilema linguístico e cultural
A entrada de “dorama” no vocabulário da Academia foi vista por muitos como um marco — mas também como um convite à reflexão. Afinal, o reconhecimento de uma palavra é também o reconhecimento de uma forma de ver o mundo.
No caso, um mundo que ainda precisa aprender a enxergar a Ásia não como um conjunto de semelhanças, mas como um mosaico de vozes, estilos e histórias singulares.
E o que isso significa para nós, fãs?
Para quem ama k-dramas, j-dramas, c-dramas e tantos outros, talvez o segredo esteja no equilíbrio. “Dorama” pode continuar sendo nosso jeito afetivo de falar — mas com a consciência de que há muito mais por trás dessa palavra do que apenas episódios e finais emocionantes.
No fim, respeitar as origens é a forma mais bonita de continuar celebrando o que nos conecta: a paixão por boas histórias.
E não, o Doramazine, não mudará de nome porque sempre usamos o termo com todo carinho e respeito a individualidade de cada produção tanto é que em nosso menu na categoria Doramas e as subcategorias com os nomes destinados a produção de cada país com a devida nomenclatura, por tanto não será necessário mudar o nome do nosso site.
É isso, espero que tenha esclarecido todas as dúvida.
Até o próximo post!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Divulgação
