Quando a ficção vira realidade — e tudo entra em caos.
Confissão: eu estava empolgado até o último segundo por esse filme — e, olha, a experiência foi intensa. A adaptação do fenômeno Omniscient Reader’s Viewpoint, que já dominava o mundo das web novels e webtoons, chegou ao cinema com a promessa de ser o blockbuster coreano do ano. E sinceramente? Cumpre boa parte do que promete.
A história — ou quando o leitor vira o protagonista
A trama acompanha Kim Dok-ja (Ahn Hyo-seop), um homem comum, preso na rotina e viciado em uma web novel chamada Three Ways to Survive the Apocalypse. Ele é o único leitor fiel da história, até que um dia, após terminar o último capítulo… o impossível acontece. O mundo da novel ganha vida — literalmente.
De repente, monstros, catástrofes e regras absurdas surgem no cotidiano. A humanidade vira joguete de “constelações” misteriosas, e o único que sabe o que está por vir é Dok-ja, porque ele leu tudo antes. Só que ele não é o herói dessa história. O protagonista “oficial” é Yoo Joong-hyuk (Lee Min-ho), o cara destinado a salvar o mundo — e que agora precisa lidar com um leitor que conhece todos os seus passos.
O resultado é uma batalha entre destino e livre-arbítrio, com camadas de ação, filosofia e aquele toque apocalíptico que a Coreia sabe fazer tão bem.
O que mais me pegou
Primeiro: o elenco. Ver Ahn Hyo-seop e Lee Min-ho dividindo cena é um acontecimento. Lee Min-ho volta com um papel mais denso, longe do galã habitual, e Ahn Hyo-seop prova que consegue segurar um protagonista cheio de nuances — meio herói, meio anti-herói.
Depois, o visual. O filme não economiza nos efeitos: cidades destruídas, criaturas digitais e batalhas cinematográficas que lembram um mix de “Attack on Titan” com “Train to Busan”, mas com uma identidade própria. A fotografia é sombria e grandiosa, e o ritmo te deixa sem fôlego.
E claro, o conceito. Essa ideia de “um leitor vivendo o mundo do livro que ele conhece de cor” é irresistível. É metalinguagem pura — e o filme brinca com isso, colocando o público pra pensar em quem realmente controla a história: o autor, o personagem ou o leitor.
Ficha técnica
Título original: 전지적 독자 시점 (Omniscient Reader: The Prophecy)
Direção: Kim Byung-woo
Roteiro: Kim Byung-woo, Lee Jeong-min
Produção: Won Dong-yeon, Jung Moon-goo
Estúdio: Realies Pictures
Distribuição: Lotte Entertainment
País: Coreia do Sul
Idioma: Coreano
Duração: 1h57min
Gênero: Fantasia, ação, ficção apocalíptica
Data de estreia: 23 de julho de 2025 (Coreia do Sul)
Baseado em: Web novel Omniscient Reader’s Viewpoint de Sing Shong
Elenco principal
Ahn Hyo-seop como Kim Dok-ja
Lee Min-ho como Yoo Joong-hyuk
Chae Soo-bin como Yoo Sang-ah
Shin Seung-ho como Lee Hyung-seong
Nana (Im Jin-ah) como Jung Hee-won
Jisoo (Kim Ji-soo) como Lee Ji-hye
Kwon Eun-seong como Lee Gil-yeong
Onde assistir
O filme estreou primeiro nos cinemas da Coreia e em alguns festivais internacionais, com previsão de chegar às plataformas de streaming até o fim do ano. Ainda sem data confirmada para o Brasil, mas vale ficar de olho nos catálogos da Netflix, Viki e Prime Video, que costumam trazer produções coreanas de grande porte.
Curiosidades que só os fãs vão pescar
É a primeira vez que uma web novel coreana desse nível de sucesso ganha uma adaptação cinematográfica com investimento tão alto.
Lee Min-ho e Ahn Hyo-seop
passaram por treinos intensivos de ação e coreografias complexas — quase todas as cenas foram gravadas sem dublês.
O diretor Kim Byung-woo disse que quis que o filme parecesse “um sonho lúcido de alguém que leu demais”.
Os figurinos misturam elementos modernos com detalhes medievais, reforçando a sensação de “mundo real colidindo com fantasia”.
A trilha sonora, composta por Park Se-joon, usa instrumentos eletrônicos e corais épicos, dando um tom quase divino às batalhas.
No fim das contas…
Omniscient Reader: The Prophecy é um espetáculo visual e emocional. É denso, ousado e às vezes caótico — mas de um jeito bom. Não é um filme pra quem quer algo leve. É pra quem ama mergulhar em universos complexos, cheios de camadas e dilemas morais.
Se você curte histórias sobre destino, sobrevivência e narrativas que questionam a própria narrativa, vai sair do cinema pensando: e se eu também fosse só um personagem no livro de alguém?
Então sim — assista. Sozinho, com amigos, com pipoca ou miojo, tanto faz. Só não perca essa viagem entre realidade e ficção.
Até o próximo post Mazelovers!
Tom Cardoso
@Bts_Army_Forev4r
Imagem de Divulgação:Asianbreak