Um romance explosivo entre herdeiros rivais agita a Xangai dos anos 20 com gangues, monstros e segredos que vão além da ficção.
Se Romeu e Julieta tivessem nascido em Xangai, cercados por sangue, honra e um monstro à espreita, talvez soasse assim: denso, elegante e perigoso. Prazeres Violentos, de Chloe Gong, mergulha em uma cidade dividida por gangues e marcada por paixões impossíveis, com um toque de sobrenatural que torna tudo ainda mais instigante. E se você gosta de histórias que misturam romance trágico, tensão política e um cenário de tirar o fôlego, essa é daquelas que pedem leitura com o coração nas mãos.
Se você curte tramas intensas, com personagens que sangram por dentro e amam como quem desafia o mundo, coloque Prazeres Violentos na sua lista agora. Depois, conte o que achou — esse tipo de história merece ser compartilhada entre leitores que sabem reconhecer o prazer que existe até na dor bem escrita.
- Autora: Chloe Gong
- País: China/Nova Zelândia
- Lançamento original: 2020
- Edição em português: Alta Books (Brasil) & Quinta Essência (Portugal), maio de 2022
Contexto que prende
Imagina Xangai, 1926: glamour decadente, gangues rivais, jazz alto e… um monstro emergindo das águas. Juliette Cai retorna pra assumir o comando dos Escarlates, cruzando de novo o caminho do primeiro amor, Roma Montagov, agora herdeiro dos Flores Brancas e… rival mortal. Essa mistura explosiva de Romeu e Julieta + horror urbano + luta pelo poder é o swing tóxico que torna a trama viciante.
Narrativa, emoções e atmosfera
A escrita de Chloe Gong transborda intensidade. A Xangai descrita é viva, suja, pulsante — as ruas negras, os clubes, a tensão política, tudo se mistura num caldo emocional pesado. Juliette é protagonista com alma: forte, errante, carregada de culpa e ambição. Roma é magneticamente trágico, dividido entre lealdade e desejo. A química deles, tufão literário — mistura saudade, tensão, atração e medo.
O monstro? Não é só susto, é metáfora. Simboliza medo, doença, caos político. Esse toque fantástico levanta a narrativa, dando peso aos temas de poder, legado, traição e resiliência emocional.
Pontos Altos
- Personagens tridimensionais, com moral cinza e histórias próprias;
- Ambientação visceral, que faz sentir o peso da era;
- Relação entre Juliette e Roma — tensão que derruba qualquer armadura;
- Camadas sociais e políticas — além do terror, há rebeldia comunista, violência das gangues.
Pontos a rever
- Trechos da trama política e ações de gangue seguem ritmo um pouco arrastado em alguns momentos;
- O monstro estilizado pode parecer deslocado pra quem busca realismo histórico puro;
- Tem um punhado de personagens secundários que poderiam ter mais profundidade.
Adaptações
Até agora, Prazeres Violentos ainda não ganhou dorama ou série — mas os direitos já foram comprados e rola rumor de produção em andamento (não confirmada oficialmente). Ou seja, tem tudo pro futuro.
Nota: 4,2
Por que? A mistura de tragédia shakespeariana, romance e mistério funciona muito bem. Alguns ritmos vacilam, mas a experiência emocional é forte. Merecia um 5, mas ficaram pontinhos perdidos nos secundários e na aceleração da trama.
Se você curte romances intensos com mocinhas duronas, cenários históricos imersivos e toques de sobrenatural, Prazeres Violentos é leitura certeira. Ideal pra quem já ama webtoons dramáticos, mangás de época, ou standsots literários impactantes. Também rola pra quem não dispensa um bom slow burn cheio de tensão.
Até o próximo post!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Divulgação e Doramazine