O fascínio por rostos “perfeitos” na Ásia revela feridas profundas, impactando artistas, jovens e fãs apaixonados como eu.
Na década de 70 quando nasci a palavra “beleza” tinha outro peso. Eu cresci assistindo séries e novelas dos anos 50 a 80, me encantando com atrizes que brilhavam sem precisar caber em moldes tão sufocantes. Ao mergulhar na cultura asiática, descobri um mundo de estética impecável — pele translúcida, queixo afilado, narizes esculpidos. Tudo tão fascinante e, ao mesmo tempo, tão dolorido. Ao assistir doramas ou acompanhar idols, percebo como a busca pelo “perfeito” se torna uma prisão silenciosa, um sussurro constante dizendo que ninguém é suficiente.
Essa pressão não fica só na tela. Ela salta para os bastidores, molda treinos exaustivos, dietas restritas, cirurgias precoces. E, sem perceber, invade nossa casa, nossos espelhos. Penso nas meninas e meninos que crescem sonhando em ser estrelas lá na Coreia do Sul, mas, antes mesmo de dançar ou atuar, já se sentem pressionados a serem “lindos” o bastante. Quantas vezes fãs, contribuíram para isso, esperando sempre uma imagem perfeita, cobrando o peso e o rosto “perfeitos” sem nos lembrarem que por trás dela existem seres humanos frágeis, tão humanos quanto elas.
Como mulher apaixonada por doramas, pra mim o encanto vem pelo talento, do sorriso que surge sem aviso, do olhar que transmite mais do que qualquer maquiagem poderia esconder. Quando vejo personagens enfrentando suas inseguranças, lembro de mim mesma, daquela menina que dançava sozinha no quarto ouvindo Elvis e Menudo, sonhando não em ser perfeita, mas em ser verdadeira. Talvez por isso eu me apaixone tanto por histórias que mostram imperfeições: elas me lembram que viver é muito mais bonito do que posar.
Ao mesmo tempo quando me encanto com essas estórias lembro dos bastidores e fico reticente…
Quero convidar você a refletir comigo. Vamos seguir admirando nossos artistas e personagens favoritos, mas com o coração aberto, celebrando suas vulnerabilidades, incentivando autenticidade, certo?
Compartilhe este texto com quem também ama a doramaland, o mundo do kpop e cultura asiática, com quem já se sentiu preso em um padrão e precisa ouvir que a beleza real mora nos detalhes, no improviso, no humano.
Até o próximo post!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Divulgação