O anime coreano mistura fantasia, ação e reflexões existenciais ao acompanhar a segunda chance de um herói em um mundo mágico
Até onde você iria para consertar os erros do passado?
Essa é a pergunta que ecoa por trás de Até Depois do Fim, anime coreano (também conhecido como The Beginning After the End) que tem ganhado destaque entre fãs da fantasia moderna. A trama acompanha Rei Gray, um poderoso rei solitário que, após uma morte misteriosa, desperta como um bebê no continente mágico de Dicathen. Agora reencarnado como Arthur Leywin, ele tem a chance de reescrever sua história. Mas será que uma nova vida é suficiente para curar feridas antigas?
O poder de renascer com consciência
Ao contrário de muitas histórias de reencarnação que partem do zero, Arthur carrega todas as memórias de Rei Gray. Isso transforma sua jornada mágica em algo muito mais profundo do que treinamento e batalhas: há culpa, responsabilidade e o desejo genuíno de se tornar uma pessoa melhor. A trama nos convida a pensar sobre como nossas vivências moldam nossas escolhas – e como a consciência emocional pode ser tão transformadora quanto qualquer feitiço.
Dentro do universo BL e da cultura asiática em geral, há uma valorização crescente de protagonistas complexos e jornadas emocionais intensas. Mesmo sem ser um BL, Até Depois do Fim carrega esse espírito ao explorar masculinidades mais sensíveis, relações profundas e desenvolvimento pessoal. Arthur é um herói que não tem vergonha de amar, falhar e tentar de novo. Isso ecoa com a mesma intensidade de muitos personagens amados do BL: quebrados por dentro, mas tentando se reconstruir com ternura.
Magia, estética e emoções
O anime se destaca pela sua estética detalhada, que mistura o brilho mágico com momentos silenciosos e poéticos. Não é apenas uma história de ação – é uma narrativa de amadurecimento, com cenas que falam tanto com os olhos quanto com o coração.
Arthur não é um guerreiro frio. Ele chora, se decepciona, ama sua família e protege seus amigos. Existe um cuidado na forma como as emoções masculinas são retratadas, fugindo do arquétipo do herói inalcançável e se aproximando mais de um ideal emocionalmente acessível.
Essa sensibilidade visual e narrativa tem ganhado espaço também em produções BL contemporâneas, que estão cada vez mais integrando fantasia com drama psicológico e temas existenciais. É nesse ponto que Até Depois do Fim se conecta com o espírito do BL asiático: em vez de entregar respostas fáceis, ele nos convida a sentir, refletir e seguir junto com o personagem.
Redenção como escolha
O cerne da história de Arthur não é a magia. É a tentativa de redenção. Vindo de uma vida onde poder e solidão o dominaram, agora ele busca ser alguém que ama, que se importa, que faz diferente.
Essa ideia de que sempre é possível recomeçar – mesmo quando tudo parece perdido – é profundamente humana. E, em tempos em que tantas vozes LGBTQIA+ ainda precisam lutar por espaço e dignidade, narrativas como essa são lembretes simbólicos de que nossos passados não nos definem. O que define é o que escolhemos fazer com nossas segundas chances.
Em Até Depois do Fim, encontramos mais do que magia e batalhas épicas: encontramos um espelho. A cada desafio de Arthur, somos lembrados de que crescer dói, mas também liberta. Que a vida, mesmo quando recomeça do zero, é feita de escolhas. E que há poder – e beleza – em ser vulnerável.
Se você pudesse começar de novo, o que faria diferente?
O anime coreano Até Depois do Fim combina magia e redenção numa jornada emocional sobre segundas chances.
Até o próximo post Mazelovers!
Tom Cardoso
@Bts_Army_Forev4r
Imagem de Divulgação:crunchyroll