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Same Day with Someone: tempo, amor e a música que guia

Same Day with Someone - resenha

Uma comédia romântica tailandesa em looping onde a trilha sonora conduz emoções.

E se o tempo parasse, ou melhor, se voltasse repetidas vezes até que você aprendesse algo essencial sobre si mesmo? O Mesmo Dia com Alguém (Same Day with Someone) mergulha nesse dilema, unindo romance, fantasia e humor a um drama humano profundo. É um filme sobre orgulho, arrependimento e a coragem de abrir espaço para o amor. Mas, além da narrativa, há um elemento que dá ritmo e cor à jornada: a trilha sonora, que funciona quase como uma personagem invisível, guiando Mesa e você, espectador, por cada repetição.

Sinopse (com spoilers)

Mesa, uma curadora de museu orgulhosa e determinada, tem sua vida virada do avesso no dia da abertura de uma grande exposição: um artefato se quebra, seu noivado acaba em humilhação e, tomada pela raiva, ela destrói o altar de uma deusa. Como castigo, passa a reviver o mesmo dia — 8 de agosto — em looping, sem explicações nem escapatória.

No início, ela usa as repetições para tentar recuperar sua imagem e controlar os resultados. Porém, quanto mais o tempo retorna, mais ela descobre que o problema está nela mesma: na incapacidade de ouvir, na falta de empatia e no medo de se entregar. É nesse processo que a relação com Ben, um amigo leal que sempre esteve ao seu lado, ganha outra dimensão. O filme avança até que Mesa, ao reconhecer seus erros e aceitar o amor de Ben, finalmente rompe o ciclo. O fim do looping não é apenas o fim do castigo, mas o início de uma nova vida.

Análise pessoal

O que mais me impressionou foi como o filme usa a repetição para desnudar as emoções da protagonista. Cada volta no tempo mostra uma Mesa diferente: às vezes mais amarga, outras mais vulnerável, até que a transformação se torna inevitável. Há previsibilidade, claro — você sabe que ela só será “liberta” ao evoluir —, mas a beleza está nos detalhes que se repetem de forma sutil.

A ambientação tailandesa dá um charme próprio à narrativa. Não se trata apenas de um artifício fantástico, mas de um castigo ligado à espiritualidade local, à força de uma deusa ofendida e à necessidade de reverenciar tradições que Mesa havia negligenciado. Essa ligação entre crença e fantasia dá ao filme um sabor único em meio a tantas histórias de loop já vistas.

A trilha sonora como guia

Poucas vezes senti uma trilha sonora tão integrada à proposta de repetição. A música “I Can See Clearly Now” aparece de forma recorrente e se torna um símbolo: ela surge como um lembrete de clareza, quase um recado ao espectador e à própria Mesa de que enxergar além das aparências é possível. Cada vez que toca, carrega um peso diferente — ora irônico, ora libertador.

Além dela, a trilha instrumental acompanha o ciclo temporal de forma delicada. Nos momentos em que Mesa insiste em controlar o incontrolável, os arranjos soam tensos, acelerados. Já nas sequências em que ela começa a abrir o coração, a música se suaviza, trazendo cordas e tons mais calorosos. O contraste entre repetição e variação sonora espelha perfeitamente a estrutura narrativa: o mesmo dia, mas nunca o mesmo sentimento.

Foi justamente essa costura entre música e história que mais me envolveu. A cada repetição, percebi que não era só Mesa quem aprendia algo novo, mas eu também — guiado pelos sons que revelavam o que nem sempre estava explícito na cena.

Curiosidades

  • A escolha de uma canção pop ocidental como tema recorrente simboliza a clareza e a libertação, em contraste com a forte presença cultural tailandesa no enredo.
  • A trilha instrumental foi pensada para marcar mudanças sutis entre as repetições, evitando a sensação de monotonia.
  • Os figurinos de Mesa acompanham sua transformação: de sofisticados e rígidos no início para mais simples e humanos no fim.

Nota: 4,6/5,0

O Mesmo Dia com Alguém não é apenas uma história de romance em looping; é um filme que nos faz refletir sobre orgulho, escolhas e a importância de ouvir o coração. A trilha sonora, com sua mistura de repetição e variação, reforça cada passo dessa caminhada, como se a música fosse a voz que a protagonista tanto precisava escutar. Se você gosta de histórias que unem fantasia e emoção, dê uma chance a este filme e deixe-se guiar pela canção que, talvez, você também passe a ouvir de um jeito diferente.

Para mais detalhes e curiosidades clique aqui.

Fique com um o teaser.

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Até o próximo post!!
Marcela Fábio
CEO e Editora Chefe
Imagem: Divulgação

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