Meu Nome é Loh Kiwan é mais do que um simples drama romântico; é uma obra que mistura os desafios da imigração com as complexidades dos relacionamentos humanos. Sob a direção sensível de Kim Hee-jin, o filme conduz o espectador por uma montanha-russa emocional, entregando uma narrativa envolvente e profundamente humana.
Narrativa e Temática
O filme narra a jornada de Loh Kiwan (Song Joong-ki), um jovem refugiado norte-coreano que deixa sua terra natal em busca de segurança e esperança. Chegando à Bélgica, ele encontra Marie (Choi Sung-eun), uma mulher quebrada por traumas pessoais. A conexão entre eles floresce em meio ao caos interno de cada um, mostrando como o amor pode ser uma força de cura, mesmo em cenários adversos.
O roteiro, adaptado do romance de Cho Hae-jin, é um mosaico de temas contemporâneos como imigração, identidade cultural, trauma e pertencimento. É uma história que expõe as cicatrizes deixadas pela opressão e pela solidão, ao mesmo tempo que oferece uma mensagem de renovação e esperança.
Atuações
Song Joong-ki entrega uma performance magistral, capturando com precisão a vulnerabilidade e resiliência de Loh Kiwan. Seu olhar expressivo transmite as dores de um homem que perdeu tudo, mas ainda acredita na possibilidade de um futuro melhor.
Choi Sung-eun, como Marie, brilha em uma interpretação cheia de nuances. Sua personagem carrega uma angústia silenciosa, que ganha vida em momentos de delicadeza e explosões emocionais. A química entre os dois atores é palpável, tornando críveis as cenas mais íntimas e dolorosas.
O elenco coadjuvante, liderado por Jo Han-chul e Kim Sung-ryung, complementa a trama com atuações que adicionam camadas à narrativa, tornando-a ainda mais rica.
Direção e Estética
Kim Hee-jin conduz o filme com uma sensibilidade notável, evitando cair em clichês melodramáticos. A direção é minimalista, permitindo que os atores e a narrativa brilhem. As escolhas de locação — as ruas da Bélgica e seus cenários melancólicos — refletem a jornada interna dos protagonistas, enquanto a paleta de cores sutis reforça o tom introspectivo da história.
A trilha sonora, composta por Dalpalan, é outro ponto alto. Com melodias suaves e emotivas, a música amplifica o impacto das cenas sem ofuscá-las, criando uma experiência imersiva.
Reflexão
Meu Nome é Loh Kiwan não é apenas um filme para ser assistido, mas sentido. Ele desafia o espectador a refletir sobre questões globais como a crise dos refugiados e os efeitos do isolamento emocional. Ao mesmo tempo, oferece uma história de amor que, embora ambientada em circunstâncias extremas, é universal em sua essência.
O filme destaca que, mesmo em meio às maiores adversidades, conexões humanas podem surgir, transformar vidas e oferecer um vislumbre de esperança.
Meu Nome é Loh Kiwan é uma obra que transcende barreiras culturais e linguísticas, entregando uma história profundamente humana e universal. Com atuações poderosas, direção sensível e uma narrativa rica em camadas, é um filme que ficará marcado na memória de quem o assistir.
Minha Nota: 9,0/10
Uma jornada emocional imperdível, que equilibra dor, amor e esperança em uma trama inesquecível, mas achei a caracterização dele muito exagerada para representar um norte coreano.
Até o próximo post!!
Marcela Fábio
Colunista, Escritora e Dorameira/Army
Imagem Divulgação Netflix